Tempos de crise: 3 dicas de planejamento estratégico para pequenos negócios
O mercado nunca ouviu tanto as palavras “volatilidade”, “instabilidade” e, principalmente, “constantes mudanças”, como hoje.
Nesse cenário, vivemos grandes e constantes transformações, positivas e negativas. O mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) é uma realidade e está em evolução. Vivemos em um mundo BANI (Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível), e ao olhar para os pequenos negócios, percebemos o quanto estes são impactados. Ao observar a rapidez destas transformações, é comum pensar que não há como se preparar para tantos imprevistos, principalmente sendo uma pequena empresa.
Contudo, pensar assim é um erro. É preciso agir! É sabido que algo planejado, mensurado, acompanhado e tratado tenderá sempre a sofrer menos impactos e, a depender da situação, o impacto poderá nem ocorrer. Por isso, é importante que os pequenos negócios sigam esta receita e desenvolvam um planejamento estratégico. Será esse planejamento que guiará para onde e como chegar, pois, irá tratar de sua missão, visão, objetivos e como alcançá-los. Sempre alinhado ao seu ambiente de negócio, norteando como agir em diferentes situações. É preciso saber o que fazer e o que não fazer!
A construção do planejamento estratégico deve seguir alguns passos importantes, sendo eles:
1- Definir a missão, visão e valores: conceitos que definem a identidade e posicionamento do negócio.
2- Analisar o ambiente interno e externo: é preciso considerar os fatores internos e os externos para identificar a necessidade de adaptação às várias mudanças.
3- Definir objetivos e metas: os objetivos devem ser norteados pela estratégia, que dirá como alcançá-la. As metas, por sua vez, irão mensurar o desempenho dos objetivos. Importante destacar que as metas devem ser específicas, mensuráveis e alcançáveis e com tempo determinado (SMART).
4- Construir um plano de ação: como a estratégia será executada. Definir de forma clara o papel dos colaboradores na execução das ações definidas como fundamentais ao atendimento dos indicadores. Bem como, a definição dos recursos necessários (seja humano, material, tecnológico, etc).
5- Mensurar e acompanhar os resultados: tudo que foi planejado, deve evoluir conforme esperado ou havendo necessidade, realizar ajustes específicos.
As constantes viradas do mercado tem praticamente obrigado o pequeno negócio a se reinventar diariamente, exigindo uma adaptação rápida às pressões externas, para que seja possível se defender das ameaças e identificar oportunidades, seja em seu segmento ou em outro a ser explorado.
Portanto, é importante planejar e colocar em prática o que foi desenhado. Para isso, compartilho algumas dicas:
– Definição clara de futuro (propósito) do negócio: é de extrema importância que a alta direção do negócio reflita e discuta sobre as lições aprendidas, reavaliando a missão e os valores da empresa e definindo onde o negócio deverá estar no futuro. É interessante colocar todas as ideias, lições, sugestões no papel para que todo o corpo executivo leia, discuta, avalie e combine possibilidades, até que se chegue a um denominador máximo comum, que deverá ser conhecido e entendido por todas as áreas do negócio. É válido também apostar em escritas simples e objetivas, facilitando o entendimento de todos. Pense: “Qual é nosso futuro desejado?”
– Desdobrando as metas e envolver as equipes: após a decisão da alta direção sobre o futuro, é preciso definir como atingi-lo. Neste momento entram em cena a construção dos objetivos, indicadores e plano de ação. Os resultados atingidos através dos indicadores, informarão se a proposta está sendo atendida ou não. É importante definir metas claras, atendíveis e com prazo definido, envolver a equipe que executará a linha de frente dessas metas e construir a quatro mãos o plano de ação e especificar onde e como cada colaborador participará desta jornada. A comunicação direta e simples, é fundamental para essa construção. Pense: “Como chegaremos no futuro desejado?”
– Monitorar os resultados: todo resultado precisa ser acompanhado e avaliado. É fundamental que ocorram reuniões periódicas, onde a alta direção deverá checar o andamento de tudo que foi desdobrado, verificando também se as ações precisam de ajuste. É importante enxergar o desdobrando completamente alinhado. Isto é, uma vez definida a estratégia, os objetivos devem estar ligados a ela, que por sua vez serão atendidos por meio de indicadores e metas, que se tornarão possíveis de atendimento através das ações. Pense: “Estamos no caminho certo?”
Construir um planejamento estratégico evita tiros no escuro, diminui os riscos e reduz incertezas. Trata-se da definição de um padrão de comportamento rumo ao futuro desejado!
Autora: Luciana de Sales Pessoa – Analista de Gestão e Processos na Aço Cearense Comercial
Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com cursos e experiência em projetos, planejamento e processos.